III FESTA LITERÁRIA DE MARECHAL DEODORO - 3ª FLIMAR

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domingo, 25 de novembro de 2012

O JORNALISTA LUIZ GUTEMBERG ESTARÁ EM VÁRIAS MESAS DISCUTINDO LITERATURA E POLÍTICA - ( TEXTO DE SEBASTIÃO VICENTE)


Verdade e Ficção


Romance-espionagem de Luiz Gutemberg pode até parecer livro de bolso, mas revela-se mais incisivo ao reconstituir o mundo dos generais-presidentes do que o painel documental de Élio Gaspari. E ainda vale por uma comissão da verdade informal


O livro está fora de catálogo, mas a discussão está na ordem do dia. Agora que a Comissão da Verdade foi instalada e designada, toda vez que você ouvir um convertido de última hora dizer que é preciso também apurar os tais “crimes da esquerda”, pode muito bem lhe tacar na cabeça o romance de espionagem brazuca “O Jogo da Gata-Parida”, de Luiz Gutemberg, edição da Nórdica hoje só disponível em sebos, como o exemplar que encontrei no Sebinho de Brasília e tracei em velocidade bem maior do que a que o país levou para admitir a criação da Comissão da Verdade. 

Mas qual o poder de fogo de um livro típico daqueles lançamentos da década de 80, quando jornalistas censurados durante anos finalmente botavam pra fora, como podiam, as histórias da violenta repressão política vivida pelo país até a noite anterior? O leitor pode achar que se trata de leitura datada, feita para dar vazão a um sentimento de época, coisa que o Brasil não leva mais que 15 anos para esquecer e tocar pra frente. Poderia ser, mas o diabo dos detalhes, aquele que mora onde menos se espera, trata de proporcionar uma outra leitura à ficção semidocumental que produziu Gutemberg, jornalista que habitou o vídeo dos telejornais da TV Bandeirantes durante anos, você lembra. Era o “Guti”, como gostava de abreviar Marília Gabriela.

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